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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A BICILETA QUEBROU E AGORA?

                 Relato / Robson

            Depois de procurarmos várias alternativas decidimos que o mais sensato seria desempenar a que tinha recuperação e comprar ou fabricar a outra, se não o jeito seria comprar uma bike nova mesmo. 
 No dia seguinte mesmo com a gancheira empenada daria para ir pedalando com algumas restrições até o ponto determinado "Porta Portese" um pouco afastado do centro badalado de Roma. A bicicleta da gancheira quebrada seria levada de taxi enquanto o outro iria andando mesmo até o ponto combinado.  Então já cedo tudo combinado e acertado partimos para tentar resolver o problema, nos dirigimos para o terminal Termini e um pegou o taxi com a bicicleta no mala-bike, e o outro foi pedalando.
O transito de Roma de manhã estava tranquilo, calmo ao sair do terminal o correto seria seguir reto e depois ir acompanhando o roteiro pelo mapa, mas como estava tudo tranquilo e ontem tínhamos estado no local, foi utilizado o senso de direção de um pombo correio cansado, e assim um pedal que deveria ser de 20 minutos passou para 1:20 h.
PASSEANDO EM ROMA BUSCANDO "PORTA PORTESE"
Quando estava ainda na direção correta vi o taxi que conduzia o outro passar por mim, trocamos cumprimentos e seguimos, o taxi logo desapareceu a frente, assim começou a grande confusão. Ao invés de parar, se localizar, perguntar, pedir informação logo na  primeira dúvida em qual caminho a seguir, simplesmente tomou-se a decisão rápida de tentar seguir o norte, mas com as inúmeras avenidas, ruas, bifurcações, e o início do aumento do números de veículos na cidade, não deu outra acabei por me perder no labirinto.

    PERDIDO EM ROMA.
Após entrar à direita, seguir reto, virar a direita novamente, fazer um contorno, apreciar um monumento no caminho, virar a esquerda, seguir sempre reto só podia dar em confusão mesmo. Depois de perceber que havia algo errado, foi tomada a decisão de perguntar as pessoas para me ajudar a identificar onde estava e se saberia me informar como fazer para chegar em Porta Portese. A primeira pessoa não soube dizer porque também era turista, a segunda pessoa deu informação desencontrada e duvidosa, a terceira deu tantas explicações em italiano acelerado falando com um cigarro na boca que não tirava pra nada, foi melhor dizer " capire" , mas eu não "capire" nada, foi melhor tentar outro, o quarto disse pra seguir sempre reto e virar a direita depois perguntar novamente, pois estava muito distante de onde pretendia ir.  Então resolvi mudar a pergunta, lembrei que como o lugar  pretendido ficava ao lado do rio Fiume, seria melhor perguntar como chegar ao rio e depois me orientar para chegar em Porta  Portesse, que era o único lugar para arrumar a bicicleta no verão já que estão de férias por aqui e muitas lojas estão fechadas.
     O detalhe é que já estava tão distante que nem no mapa distribuído aos turistas na cidade tinha a localização de onde estava naquele momento.  Mas após 1:20 h perdido em Roma achei o bendito Porta Portense e meu irmão já desesperado imaginando 1001 acontecimentos, quando me viu transbordou em emoção, misturando sorriso, lágrimas, desespero, e alívio.  Pra mim que estava finalmente andando de bike por Roma aproveitei e tirei algumas fotos dos monumentos vistos como o Castel Sant'Angelo, Piazza dei Tribunali, da Ponte Umberto I, e um fato interessante que aconteceu nesse epsódio foi que ao perguntar  para um frade em italiano e logo passando para o inglês onde é que eu estava, ele respondeu em italiano apontando para o mapa e numa fração de segundo ele soltou uma palavra que eu conhecia, por uma momento fiquei meio em dúvida, mas resolvi arriscar, e aquela pergunta clássica veio a tona.
- Você é brasileiro?  Ele logo abriu um largo sorriso e respondeu também perplexo, sim sou. E logo veio a segunda pergunta e também a terceira. De onde és ?  Poderia me ajudar por favor? 
- Sou do Paraná
 Aí depois disso ele me deu a maior força me orientado no mínimos detalhes e acabamos é lógico tirando também uma foto para eternizar este encontro.  O seminarista me ajudou, acho que foi enviado por Deus a pedido de todos que estão aí nos apoiando e nos dando força.  
 Arrivederci

Relato / Rogerio  

É isso mesmo uma bicicleta quebrou a gancheira e a outra teve a gancheira empenada e agora!

Confessamos que nos 2 primeiros dias ficamos deslumbrados com o encantamento e beleza de ROMA, parecíamos 02 crianças soltas em um parque de diversão é estupendo, foram os dias em que percorremos ROMA de manhã até o final do entardecer com muitas fotos, pois faremos uma exposição no centro da cidade no espaço Zélia Arbex ao lado do Gacemss em Volta Redonda, e no Hotel Bela Vista, aparecendo outras oportunidades também será exposto em outros lugares, enfim há quem possa pensar que estamos fazendo turismo, mas encaramos tudo isso como " trabalho ". Temos patrocinadores e temos a consciência de nossas responsabilidades nessa viagem.
No terceiro dia fomos tirar as bikes do mala-bikes para montá-las, pois estamos em um albergue e colocaram as bikes em um quartinho amontoado de mantimentos, roupas, lençóis, sacos etc...  Ao tirá-las do mala-bike tivemos uma surpresa desagradável, a gancheira que segura o câmbio do Robinho que foi a primeira a ser montada estava empenada e não dava pra passar as marchas que são fundamentais em subidas. A do Rogerio estava “QUEBRADA”, então começou nossa peregrinação em ROMA à E agora? O que vamos fazer ? Se estivesse acontecido isso em Volta Redonda/RJ já seria difícil de arrumar e aqui que não conhecemos ninguém como nos virar, e o projeto que foi elaborado por meses, tudo acabará sem nem ao menos começar, será que vamos ter que comprar 02 bikes aqui, e o dinheiro? Porque 02 bikes de qualidade é muito caro, as nossas estão moldadas ergonomicamente (BIKE  FIT) a nossa altura e em outra bike teríamos que nos ajustar e isso não é tão fácil quanto se possa imaginar.                Tínhamos algumas opções a escolher:
- Desistir sem ter começado.
- Comprar outras bikes e dormir em qualquer lugar para compensar o dinheiro pois precisaríamos de bikes de qualidade e material assim  tem o seu valor.
-  Nos desesperarmos, chorar, gritar.
- Se conformar com a situação e dar como desculpa no nosso retorno a quebra da peça. 
- Buscar incansavelmente por outra peça até sanar o problema para que nossa meta seja alcançada.
Adivinha qual opção tomamos?
A busca incansável, foi nossa decisão, como falamos em nossas palestras nós somos os Gestores e Executantes da nossa ”empresa”, e após a decisão depois de nossa reunião colocando todos os pontos negativos e positivos, chegamos a essa decisão. Mas nem tudo são flores, percorremos ROMA durante 02 dias procurando pela gancheira, a do Robinho deu pra consertar, mas a do Rogerio só outra resolveria o problema. Por incrível que pareça só achamos a peça em um lugar em que o  “beco do mercado” (em Volta Redonda RJ)  supera e com larga vantagem, vejam na foto. Sempre pensávamos que em todo lugar da Europa resolveríamos qualquer problema na bike por ser um berço do ciclismo.
                Resolvemos então partir bem cedinho 6:30h para a loja em Porta Portese bairro de Roma eu com minha bike no mala-bike de Ônibus, mas como era muito grande no ponto de ônibus tive que pegar um táxi grandão e o Robinho iria em sua bicicleta, não dava pra passar marcha porém ainda dava pra andar, como já tínhamos ido lá neste bairro no dia anterior, fiquei tranqüilo quanto ao Robinho ir de bike sozinho em Roma.
Ao chegar em Porta Portese fiquei aguardando o Robinho 5-10-15min, nisso o coração já começou a bater mais acelerado e continuei esperando 20-25-30min, já era pra ele ter chegado pelo menos à 10min atrás, nisso a mente já começou a pensar bobagem, fui me desesperando eu com a minha bike no mala-bike já estava procurando alguém pra deixar e ir ver o que estava acontecendo então fui falar com um senhor que estava abrindo o seu estabelecimento que era uma loja de peças de moto, mas pra minha surpresa ele não me deu ouvido e eu ficando mais desesperado dizendo my brother was supposed to be here and still not here!  O senhorzinho nem me deu bola fingiu que eu não estava falando com ele e nisso só contribuiu para que eu ficasse ainda mais nervoso e se passaram 40-45-50—55min então pensei tenho que me controlar então fui pra rua de trás de onde estava e deixei a bike  com outro senhorzinho para arrumá-la que também era bem rústico e bravinho, imaginem um senhorzinho italiano falando pra caramba, pois é esse mesmo, com certa dificuldade consegui que ele também ficasse com o mala-bike, afim de que eu pudesse procurar meu irmão, fui tentando ficar mais calmo parei em uma padaria estratégica onde ele teria que passar e tomei um café com um pão meio maluco, aliás aqui só conseguimos comer macarrão e pizza a culinária brasileira para os brasileiros que estão pelo mundo dá saudade, enfim...  nada do Robinho, então voltei para o senhorzinho  1h -1:10h-1:15h e ao chegar precisamente ás 1:25h perguntei my brotrer... e ele nem  thummm!  Meu pensamento de novo começou  pensar será que caiu, machucou, mil coisas.... ao virar pra trás vi a bike do Robinho ele chegou e viu o mala-bike que deixei estratégicamente visível e saiu me procurando, confesso a vocês que quando vi a bike dele chorei igual bebezinho recém nascido, mas foi de alegria, foi instantâneo não deu pra segurar UFA!!!             Um peso saiu de minhas costas O Pai Celestial ouviu minhas orações e meu irmão estava bem! E passou mais uns 10 min e ele chegou falando que havia se perdido em Roma, falei pra ele com a voz embargada, depois dessa é questão de honra terminar esse projeto se o senhorzinho conseguir arrumar minha bike vamos fazer o que sabemos fazer bem, vamos celebrar !   E não é que o senhorzinho arrumou a bike apesar da demora e nossa suspeita da qualidade de mão de obra oferecida.  Cheguei em Porta Portese às 7:00h e eles só começaram a trabalhar às 9:00h, ele conseguiu arrumar depois de um certo tempo uma gancheira e a bike estava toda desmontada mas não terminei o trabalho com ele ele é rústico lembra? E como no dia anterior logo a frente havíamos conhecido um rapaz mais simpático, levei minha bike desmontada pra ele montar já tinha aberto sua loja bem depois dos outros,  aproveitamos a mão de obra já que sabia que não seria tão cara, o nome do rapaz é MAURO ele sim é uma pessoa boníssima, muito simpático, conversamos pra caramba falamos de futebol, ciclismo, e outros assuntos no final tiramos uma bela foto que está postada logo abaixo. Tenho foto do senhorzinho também mas quando ele viu que eu estava tirando foto logo falou daquele jeito italiano invocado “ quer tirar foto vai tirar no Vaticano aqui não” que delicadeza... rs rs .  Mas o Mauro recompensou o dia e não foi só o Mauro que é legal,  no lugar que estamos hospedados tem o Alfredo o dono do albergue, tem também  o Constantino e a senhora que trabalha na recepção aqui assim como em qualquer lugar ou país  tem pessoas que são simpatissísimas e outro nem tanto. Conhecemos perto do Termini logo em frente um ristorante chamado “TWINS” gêmeos em inglês e gemeli em italiano e nesse ristorante são de gêmeos tiramos foto com eles e passamos a comer lá e chorando uma “promossione” que valeu só na primeira refeição... Agora depois do que passamos estamos mais animados e pensar que nem conseguimos sair de Roma ainda.
  Agora todo vai dar certo bikes prontas, ânimos renovados:

   A folha que ao chegar que estava branca já começa a se relacionar com a caneta mostrando uma história completa, iniciando com um sonho, passando para a realização, também um pequeno drama, mas certamente teremos o que todos esperam, um “HAPPY END”.                

   Gêmeos

Josué 1:9 Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares.






 Foto acima é nosso mais novo amigo Mauro

 Esses são os mala-bikes
 E esses nem preciso falar ou precisa?   rs